Na área de T.I., em geral, existe uma verdade difícil de assimilar: boa parte dos gestores de tecnologia, por mais engajados que estejam e por mais rigorosos que sejam, não estão satisfeitos com o custo de nuvem pública em suas empresas.
O descontentamento certamente tem inúmeras origens, mas, grosso modo, costuma partir de um ponto comum: na ânsia de migrar para a nuvem pública e, ao mesmo tempo, enxugar investimentos na transição, é comum que alguns líderes sacrifiquem o critério e a estratégia.
Migração à nuvem pública
Se, por um lado, a jornada à nuvem pública é um caminho eficiente rumo à escalabilidade, à performance, à alta disponibilidade e à redução de custos; por outro, é preciso aliar planejamento e metodologia para garantir que o sonho dos ambientes seguros e otimizados não se torne o pesadelo das faturas fora de controle.
“Muitas vezes, quando algumas etapas analíticas são eliminadas do processo de adoção de nuvem pública, o resultado pode ficar aquém do esperado. Já vi, por exemplo, migrações com aplicações que não estão preparadas, migrações AS-IS sem análise da economia, maneiras inadequadas de utilizar reservas de instâncias vs. on-demand e blindspots periogosos na possível operação de nuvem híbrida”, pondera Flavio Silva, Head of Public Cloud Strategies na Ativy Digital.
A boa notícia é que a compreensão desse panorama permite driblar eventuais armadilhas da transformação digital. Um dos frameworks da Ativy Digital, apelidado de Cloud Smart Cost, tem justamente o objetivo de garantir que executivos e empresas usem a nuvem pública de modo inteligente — o que, por si só, implica também em custos inteligentes.
Cloud Smart Cost: custo inteligente em nuvem pública
Antes de mais nada, vale esclarecer que a migração à nuvem pública, executada com planejamento e assertividade, realmente não acontece da noite para o dia. A depender das demandas prioritárias, do conjunto de aplicações e da equipe dedicada ao projeto, uma série de fatores precisam ser acomodados no planejamento.
Há, porém, alguns pontos críticos que independem do contexto corporativo e que, devido ao potencial de impacto — positivo e negativo — na operação, precisam ser avaliados e levados em conta desde o início da empreitada.
Flavio Silva, que aplica o Cloud Smart Cost em companhias de diversos portes e segmentos na Ativy Digital, reforça e detalha seis fatores essenciais ao sucesso do método.
1. Mobilizar as pessoas certas: contar com um time especializado, com conhecimento para avaliar as possibilidades e definir os melhores caminhos, é uma condição indispensável. Tenha em mente que se aventurar na nuvem pública é valioso, mas se não há tempo e expertise suficientes, é provável que a aventura acarrete custos
2. Equilibrar os ambientes: lançar um olhar criterioso às aplicações legadas, principalmente as de conteúdo mais estático, pode levantar a possibilidade de mantê-las em ambiente on-premise ou em data centers, evoluindo uma estratégia consistente de nuvem híbrida.
3. Incorporar microsserviços: ponderar a efetividade e, em seguida, agregar um conjunto otimizado de microsserviços, tais como Containers e tecnologias serverless — executores de scripts e gateways de API — pode potencializar o uso da nuvem pública de maneira mais inteligente.
4. Monitorar consumo da infraestrutura atual: medir a atividade do ambiente corrente, com vista à migração para a nuvem pública, garante que sejam levados apenas os recursos necessários, viabilizando o acompanhamento de custos diretos e evitando gastos extras.
5. Facilitar a migração: aplicar ferramentas que reduzam o tempo de migração, por meio de automação, mantendo a confiabilidade do processo e acelerando o ritmo da jornada ao minimizar custos e desgastes (humanos e de tempo); além disso, lembre-se de avaliar a possibilidade de transformar aplicações com licenciamentos onerosos em as a service.
6. Manter a observalidade: depois de concluída a migração, certifique-se de continuar monitorando o desempenho do ambiente, em performance e custos, ponderando em que esferas e em quais aplicações os valores tendem a crescer mais rápido, de forma a assegurar a previsibilidade de despesas, a experiência do negócio e a performance da aplicação.
O sexto fator, aliás, merece destaque: o Cloud Smart Cost é, na prática, um framework completo, absorvendo e direcionando desafios de ponta a ponta, da migração à observalidade de ambientes, a fim de que o desafio de manter o custo inteligente em nuvem pública seja não apenas atingido, mas mantido.
Com despesas controladas, todo mundo sai ganhando: o Financeiro tem controle sobre o fluxo de caixa, sem grandes surpresas, e o orçamento de tecnologia ganha fôlego, permitindo investimentos contínuos em inovação — e contribuindo para a satisfação dos gestores em relação às suas iniciativas de nuvem pública.